segunda-feira, 4 de julho de 2011

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Parece que a morte do pai do meu amigo não foi bem como me contaram. Foi à hora do jantar, por isso é que me disseram que tinha sido a jantar, foi a sentir-se mal que morreu, por isso é que me disseram que se engasgou (devem ter associado o mau estar ao engasgado). Ainda não falei com o meu amigo, estou longe e imagino que a ultima coisa que lhe apeteça agora seja ir para o computador, por isso não sei ao certo, mas de qualquer das maneiras o meu amigo viu o pai morrer em casa, ao pé dele. E não foi capaz de fazer nada ao ver o pai aflito. Isso muda uma pessoa. Estou triste e preocupada, já vi de perto o sofrimento que uma perda destas causa. E imagino que ver o pai morrer à frente dele, sem conseguir fazer nada, só traga ainda mais sofrimento e sentimento de culpa, embora ele não tenha nenhuma culpa do que aconteceu. Mas é assim. Digo isto porque se visse o meu pai morrer ao pé de mim, íria sentir-me culpada por não o ter conseguido salvar, mesmo que no fundo soubesse que não o podia ter evitado.
Já não falo à uns dois anos com este meu amigo. Foi uma situação que não consegui controlar, quando dei por isso estávamos afastados e mal se falávamos, embora nunca se tenhamos zangado ou discutido. São "aquelas" situações da vida que só as vimos quando já não há volta a dar. Mas muitas vezes chorava com saudades. Ainda choro, não só saudades dele, mas também de outros amigos que tinhamos em comum. Mas este amigo sempre foi especial, foi o único com que não tive intrigas nenhumas, éramos verdadeiros cúmplices, ajudavamo-nos mutuamente e confiávamos muito um no outro. E quando me dei conta de que nos tinhamos afastado, chorei e fiquei muito triste. Pensei em falar com ele, mas via-o tão distante que tive medo da reacção dele. Foi assim até agora, até saber desta noticia. O que aconteceu deu-me coragem para lhe mandar uma mensagem, para lhe dizer que passado todo este tempo eu ainda estou aqui e ainda o considero meu amigo. Arrependo-me muito de não o ter feito antes, aliás, arrependo-me de ter deixado que nos afastássemos. Custa-me muito! Mas agora só o que me resta é tentar ajudá-lo. Não sei qual será a reacção dele quando vir a minha mensagem, nem sei se já a viu e não me respondeu porque não quer voltar a falar-me, mas ao menos sei que tentei, que se um dia ele me perguntar o que aconteceu eu  posso dizer que estive aqui, mesmo que tenha sido passado uns anos.

Aconteça o que acontecer, adoro-te Ricardo (Kajó). Serás sempre um amigo para mim.

Um comentário:

Princess disse...

Em primeiro queria dizer que sinto muito pela morte do pai do teu amigo...neste momento o mundo dele deve estar em ruinas!
Infelizmente também me sinto da mesma maneira...por ter vindo estudar para outra cidade, acabei por me afastar de alguns amigos. Não percebo como, mas aconteceu de forma inevitavel! Enfim...agora penso que devo preservar os que tenho!

Agora queria agradecer pela disponibilidade de ajuda! Irei ver bem o que mais lhes faz falta e farei um novo post de ajuda ;)

muito obrigada!