domingo, 10 de agosto de 2014

...

Gostava de dizer que temos uma ligação especial. Daquelas típicas ligações mãe-filho, de que toda a gente fala, que toda a gente mostra.
Gostava de partilhar fotos de momentos especiais, beijinhos e abraços voluntários e carinhosos, mas isso não acontece.
Gostava de dizer que todos os dias ao acordar me dás um beijo junto com o "olá" entusiasmado de sempre. Mas isso é só com o teu pai.
Gostava que as pessoas não me olhassem como se fosse um bicho de 7 cabeças quando digo que tens mais proximidade com o teu pai, que o preferes para tudo, seja para tomar banho ou trocar a fralda.
Gostava de te poder dar um abraço ou um beijo sem que me desses uma estalada e gritasses "não".
Gostava que não me evitasses, não tivesses "medo" de mim.
Gostava que todos deixassem de me falar no laço maternal que têm com os filhos, como eles/elas vos preferem para tudo, como vos chamam e só vos querem quando precisam de carinho, de mimo. De como, do nada, vos abraçam e beijam, vos chamam "mamã" e vos mostram amor. Quero que parem, que não me perguntem o porquê de o meu filho não ser nada disto comigo. Que parem de dizer "que estranho...".

Gostava que a maternidade fosse tudo o que eu esperava, tudo o que dizem, toda uma ligação e uma união implacável entre mãe-filho que todas as mães mostram ter, que eu vejo todas as mães terem. Gostava que chamasses "mamã" quando precisas de carinho, em vez de me evitares, empurrares, chorares se te toco apenas com um dedo. Gostava de não me sentir culpada por pensar que secalhar nunca ía estar preparada para isto, uma realidade tão diferente de todas as outras realidades que vejo.
Gostava de ser especial para ti. Gostava.... mas não o é.

sábado, 10 de maio de 2014

Trabalho, mais trabalho, e mais trabalho....

Esta semana entrei todos os dias ás 5:30h da manhã. Menos ontem, que o telemóvel decidiu não despertar e cheguei 40min atrasada.
Para a semana lá estou outra vez, todos os dias a entrar ás 5:30h da manhã, semana e sábado (sim, hoje fui trabalhar 8h seguidas com pausa de 10min para um lanche...). Levanto-me ás 4:30h, vou a pé até a uns cafés esperar por uma colega que me dá boleia, estou um dia inteiro de pé e depois ainda tenho de vir o mesmo caminho a pé para casa. Estou esgotada. Mental e fisicamente esgotada.

O Tomás só quer andar. Anda e corre pela casa toda. E eu vou-me arrastando atrás dele, olheiras a bater no chão e uma cara que mete dó.

Enfim.. só mesmo o meu filhote para me dar força pra isto... é tudo por ti filho!

Já agora.. ninguém quer ir fazer esta semana por mim?*



             *apetece-me tanto como levar um tiro.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Parabéns, filho

A esta exata hora, á 1 ano atrás, estava eu a ouvir "já nasceu, já nasceu! 12:05h! Parabéns mamã!". E começava assim uma nova etapa da nossa vida juntos, mas separados. A maior e mais provadora etapa da minha vida: ser mãe. Tua mãe.

A esta hora estou eu na hora de almoço a desejar estar contigo. Só eu sei o quanto queria ficar contigo em casa neste dia, só nós os dois, no miminho, na nostalgia. Mas a vida é mais complicada do que se parece aos teus olhos de bebé, de agora mais menino.

A esta hora filho, vou mandar-te todo o meu amor e carinho por pensamento. Porque de alguma forma, não me perguntes como, estamos ligados mais do que mãe-filho, somos quase que um só, em corpos diferentes.

E toda a minha vida se resume a ti - pequeno corpinho de gente. És tão pequeno filho, mas és toda a minha vida, todo o meu ser, tudo de mim.

Obrigada. Do fundo do coração, obrigada. Por me teres escolhido para tua mãe. Por todos os dias me dares beijinhos molhados. Por todas as gargalhadas que me enchem o coração. Por todos os miminhos na hora de dormir, ou quando precisas mais de mim, que me aquecem a alma e me dão razão para viver.

És tudo, filho. Tudo de mim. E por ti dou tudo, sacrifico o mundo, sacrifico até o que não posso. Amo-te. Com toda a alma, com toda a força, com todo o coração.

Parabéns filho. Parabéns

quarta-feira, 23 de abril de 2014

E com a queda me ías matando (e uma novidade boa)

Não falei nisto ainda porque a triste morte da Maria me deixou completamente azamboada. E ainda não estou completamente bem, não paro de pensar nos pais, na menina.. enfim.

Mas o Tomás, Domingo de Páscoa, decidiu pregar-me um susto que me ía matando. Estava ao pé de mim a ver um vídeo no pc e quis ir embora. Á medida que se senta no chão, dá um tombo para a frente e pimbas: cara no chão. Eu olhei e pensei "não vou fazer grande alarido para ele não chorar", mas ele deu um grito de dor que juro que me doeu a mim fisicamente. Agarrei-o logo ao colo, e ele gritava e chorava desalmadamente. Olho para ele e só vejo sangue! Sangue por todo o lado, sangue nas bochechas, sangue a sair da boca. Entrei em fanicos! Gritei pelo R. que tinhamos de ir já para o hospital, ele vestiu-se, pegou no Tomás para eu me vestir mas antes de o fazer grita-me que o sangue já parou.

Lá lhe abrimos a boca, muito a custo porque ele coitadinho lhe doía, mas vimos que foi num dentinho de cima que ficou magoado e estava cheio de sangue e na gengiva, mesmo ao lado. Não sei como, arrancou um bocado de gengiva, até se vê o dente que ainda não estava bem a nascer. Contactei o pediatra que me mandou ir ao hospital, mas senhor dom parvalhão R. não quis ir. Desinfetei com soro fisiológico e tenho vigiado, mas está tudo normal, por isso acho que não foi nada que lhe fizesse mesmo mal. Embora me tenha quase matado do coração!

Mas para compensar, logo no dia a seguir... COMEÇOU A ANDAR SOZINHO!!!
Já anda aqui por casa todo contente, sempre conosco atrás (claaaaro, e depois desta queda ainda ando mais atrás dele), ri e dá gargalhadas de satisfação por conseguir andar sozinho. Está cada vez mais fofo, cada vez menos bebézinho... mas confesso que estou a adorar esta nova fase!! :)

Com o que se passou com a Maria, todos os dias olho para o meu filho e dou graças por o ter aqui comigo. Onde o posso abraçar, beijar e apertar as vezes que eu quiser. Onde posso ver as suas novas conquistas, vivê-las com ele. Amo este miudo mais que ele um dia possa imaginar... e ainda bem que tenho essa oportunidade.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Descansa em paz, bebé

A Maria entrou em morte cerebral. Morreu ontem.

Nem consigo dizer mais nada... Descansa em paz Maria.

(Obrigada pelos comentários de apoio á familia. Infelizmente a corrente positiva não foi suficiente para a salvar da incompetência de pessoas que mereciam ser esfoladas vivas, mortas á pancada ou pior.)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Em choque... rezem pela Maria

Isto há coisas que só mesmo um tiro nos cornos daquela gente toda é que resolvia. Soube ontem que uma antiga amiga de escola foi na sexta feira para Évora em trabalho de parto, fizeram CTG e como estava tudo bem desligaram-no e não lhe apareceram mais até de manhã quando mudou o turno. Ela bem gritava cheia de dores e mandavam-na acalmar-se que ía demorar muito e pronto, sem sequer se chegarem ao pé dela. Uma noite inteirinha! Na mudança de turno, quando foram ligar o CTG, já a pequena Maria tinha engolido mecónio e urina, o coração mal batia, quase morta. Fizeram cesareana de urgência, mas a menina masceu morta. Depois de algum tempo lá a conseguiram reanimar, mas está internada em Lisboa sem saberem o que lhe vai acontecer. Se vai sobreviver ou não, e se sim quais são as consequência do que aconteceu...
A minha amiga só pode conhecer a filha na passada Terça-feira... 4 dias depois. Conheceu-a numa cama de hospital, num ambiente e num estado que nem quero imaginar...

Espero bem que processem o hospital. E é o que vai acontecer, pelo que a irmã dela me disse. E acho que se fosse comigo, antes de sair do hospital mandava uma sova ás putas que fizeram aquilo.


Rezem pela pequena Maria. Pensem nela e enviem energias positivas! Ela bem precisa, ela e os pais... <3

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Primeiros passinhos!!!

Já davas um aqui, outro ali, mas hoje estás ao rubro!! Deste uns passinhos sozinho enquanto a mãe estava a trabalhar (estás com uma infeção respiratória e tens de ficar em casa 5 dias com o pai) e á bocado a tia B. veio cá, tentou que andasses e tu fizeste-lhe a vontade!! Desde aí que não paras! Sozinho lá dás 6 ou 7 passinhos, consegues equilibrar-te muito bem, o que te trai é a tua vontade enorme de correr.

Sim, correr! Quando te pegamos nas duas mãos, tu corres todos contente enquanto gritas e gargalhas de alegria. E agora queres fazer o mesmo sozinho. Claaaaro que não consegues! Cheira-me que ainda vais dar grandes trambolhões á conta disso...


Fica registado: aos 11 meses e 10 dias deste os teus primeiros passinhos a sério!! :D