segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Não podia ser tudo mau, né?

Arranjei emprego. Tipo assim, num dia. Fui á entrevista e foram tão simpáticas que até estou desconfiada (mesmo simpáticas, só faltou darem-me dois beijinhos repenicados).

Vou começar amanhã. Bom horário (7h-15:30h), o que me dá para fazer tudo o que preciso de fazer antes de ir buscar o Tomás e depois é só mimos para ele, sem preocupações de lides de casa e coisas assim. Se bem que o R. já tá avisado que agora é ele quem tem de ser a empregada doméstica cá do sitio. Estou a fazer-lhe o que ele me fazia quando trabalhava, embora o Tomás esteja na creche, o que lhe facilita muito, enquanto eu tinha de fazer tudo e ainda tomar conta de um bebé porque "eu trabalho, estou cansado".

Mas como eu não posso ter uma boa noticia sem vir qualquer coisa tentar estragar a cena, no mesmo dia em que fui á entrevista e depois me ligaram a dizer que tinha sido selecionada, á noite fiquei com uma gripe de caixão á cova. Numa hora, quase de um momento para o outro, tungas!! Toma lá tosse á cão, expeturação, dores e o catano. Mas FUCK YOU universo, não me vais lixar isto!!!

A única coisa que me preocupa é o facto de ter que trabalhar todo o dia de pé. Vou (aprender) costurar estofos para automóveis, aviões, essas coisas. Ou seja, vou estar o dia inteiro de pé e apoiada apenas numa perna. O que ainda pode ajudar é que as máquinas são bi-destras, ou seja, dá para costurar com os dois pés, algo que tenho de ver se me ajeito senão chego ao fim do dia não posso mexer a perna.

Vou estar num período de 30 dias de experiência, por isso desejem-me sorte para que me dê bem com aquilo e que eles gostem de mim.

(Só pensava contar quando estivesse já tudo bem encaminhado para não agoirar, mas hoje na creche do Tomás perguntaram logo se eu tinha arranjado trabalho. A mãezinha do R. é tão fofa que não consegue calar-se um segundo, já contou a toda a gente, até as da creche já sabem.. )


O que também não foi muito bom foi este fim de semana. No sábado de manhã o Tomás caíu. Nem sei como, porque estava mesmo ao pé dele. Ele estava de pé agarrado ao móvel da sala, coisa que agora é todos os dias a toda a hora, e caíu para o lado. Bateu com o lábio no móvel e depois bateu com a cabeça no chão. Ficou marcado no lábio, mas felizmente foi só isso.
Ontem batei com a testa na ombreira da porta a tentar levantar-se, ficou com um galo. Mais á noite, na porcaria do móvel da sala, o R. distraíu-se e ele caíu para o chão de lado, em cima do braço, e bateu com a cabeça.

Claro que como arranjei trabalho, uma coisa boa, agora estão a acontecer mil e uma más. Porque a minha vida é assim... cheia de invejosos. Vão invejar o rabinho aos velhos, pah!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Outra vez de coração nas mãos

Fomos á consulta dos 9 meses. Para meu desgosto, apenas aumentas-te 60g e aumentas-te de estatura um pouquinho menos de 1cm. Estás com 6,960kg e 65cm. Muito pouco. Mesmo muito pouco, para quem come tão bem.

O pediatra fez cara feia. Muito feia. E perante o meu desespero, perante uma mãe assustada a dizer "mas ele come tão bem, tão bem doutor, só queria que visse, até na creche elas dizem que ele nem suja o babete, não percebo...", o pediatra franziu o sobrolho e disse que não era normal. Que temos de ver o que se passa.

Vamos ser encaminhados para uma colega dele. Ele diz que quer mesmo que seja ela a vê-lo. Vamos pedir "análises extensas". E que se for preciso "faz-se um pedido especial para o Tomás".

Pedido especial? O que quer isso dizer? De tão atordoada nem perguntei nada. Limitei-me a acenar que sim com a cabeça a tudo o que ele dizia. Juro que fiquei dormente. Não sentia o corpo. Não sentia a alma.

Ontem enviei-lhe um mail a fazer as perguntas que naquela hora o meu cérebro não deixou fazer. Não deixou que eu raciocinasse. Congelou. Ainda não obtive resposta. Mas ele esteve de banco ontem á noite, deve ser por isso.

Olho para o meu filho e tenho medo. Ele tem muita vitalidade. Até o médico disse que era estranho, porque ele é muito vivo. Brinca. Ri. Gatinha como se fosse um TGV. Põe-se de pé em tudo o que consegue. Põe-se de joelhos a brincar e aguenta-se sozinho como se tivesse feito aquilo a vida toda. Dá passinhos tão bonitos, tão coordenados, tão perfeitos, penso que vai andar cedo.

Mas depois olho-lhe mais de perto. As bochechas a ficarem menos cheias. As perninhas a ficarem mais magras. O meu menino a ficar diferente.

Tenho medo. Muito medo. Todos me dizem "não te preocupes, não é nada". Menos a minha irmã. Porque ela sim, entende o que eu estou a passar. Parece que todos já se esqueceram de como é a preocupação de ter um filho pequeno, que não se sabe expressar, não sabe dizer se lhe dói alguma coisa. Menos a minha irmã. "Não te preocupes" dizem eles.

Como não me preocupo? É o meu filho. O meu menino. E eu tenho medo.... muito medo.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dos teus 9 meses

Uns diazinhos antes de fazeres 9 meses começas-te a gatinhar na perfeição (e para a frente, não para trás como outros bebés). Mas só no dia 30, depois de virmos de casa da tua madrinha e de dar os parabéns ao Afonso, nos mostras-te o tão bem que gatinhavas. Depois em conversa com a auxiliar é que ela disse que se tinha esquecido de nos dizer que já gatinhavas á uns dias.

Gatinhas incrivelmente rápido, deves ter aprendido com o teu primo, vocês os dois parecem balas.

E não só aprendes-te a gatinhar logo na perfeição, como num único dia aprendes-te a pôr-te de pé em tudo o que é sitio. Seja apoiado em nós, seja na tua cama (que, by the way, só serve mesmo de parque nos minutinhos em que precisamos que estejas quieto e em segurança), seja no móvel da sala, tudo. E adoras!!!

Dás gritinhos e sorrisinhos de alegria quando, a gatinhar, sais da manta que temos para ti na sala e tocas com as mãos no chão. É o tipo de satisfação de "que fiiiiiixe, isto é mesmo estranho, novo, excitante, yey!". Fazes o mesmo quando estás a ir em direção ao móvel da sala, já a antecipar pôres-te de pé, do tipo "queres ver o que vou fazer? Queres???".

Se te segurarmos as mãos e te pusermos de pé queres é andar com uma rapidez maluca e aos gritinhos de alegria.

Felizmente já estás a comer melhor conosco. E ainda bem, porque já andava a bater mal, assim estou mais descansada.

Segunda-feira vais ao pediatra para ver como andas. Tens tido umas pontinhas de febre aqui e ali, espero que seja só dentes, porque não tens mais sintoma nenhum.


Tens tido uns dias em que andas parece que molinho. Mal sorris, pareces ensonado, não ligas a brincadeiras nem queres grandes conversas. Fico preocupada mas depois melhoras. Deixo de ficar preocupada mas depois voltas a ficar assim. Espero que não estejas a "chocar" nenhuma, já basta depois de melhorares da enorme constipação que durou 2 meses estares a ficar novamente com tosse e expetoração. Não tens tido descanso nenhum..

Continuas meiguinho como um cordeirinho quando queres mimos. Chamas "mamã" e aninhas-te a mim. Ficamos ali os dois, abraçados, no colo um do outro. Nos braços um do outro. E sabe-me tão bem, filho. Sinto o teu cheirinho, sinto a tua pele contra a minha. Acaricio-te os cabelos tão grandes que já estão. Olho para a tua cara, já de menino, não tanto de bebé.

Estás a ficar grande, filho. E cada dia aprendes algo diferente. E é tão bom poder fazer parte da tua vida. Ser a tua mãe.

Amo-te, amo-te, amo-te. Digo-te isto ao ouvido todos os dias. Olho-te nos olhos e digo-o com sinceridade. Amo-te. Amo-te mais do que á vida. Amo-te mais do que a mim própria. Mudas-te a minha vida. Mudaste-me a mim. Fizeste de mim uma nova mulher. Fizeste-me descobrir uma mulher que eu não sabia existir, não sabia ser. Fizeste-me ser melhor, querer ser melhor.

Tu és aquele. És o meu menino. E eu amo-te mais do que algum dia poderás imaginar.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pelo teu aniversário, Afonso

Dia 30 do mês passado completas-te o teu 1º aninho de vida. Nesse dia olhei-te, alegre como sempre, e pensei que raio fizemos ao tempo para que ele passasse tão depressa.

Tu foste o meu primeiro vislumbre do que é ser mãe. Do que é amar alguém tão intensamente, que faz confusão. Do que é o sentimento de dar a vida em defesa de um ser que ainda mal viveu. Um amor louco, descontrolado de tão grande que fica segundo a segundo. Foste o primeiro que me fez pensar "bolas, se eu amo tanto este gaiato, então quando o meu Tomás nascer morro de tanto amor". Tu foste quem me preparou para aquele momento em que pus os olhos no meu filho e senti que o mundo estava ali, logo ali.

Tu és o meu cagarolas. O meu gaiato mais lindo e velhaco que quando me vê todos os dias dá um gritinho estridente enquanto exclama "CÁTIA!!!"
Tu és aquele que me presenteou com uns 3 passinhos de bebé, envergonhados e hesitantes. Só eu e o teu pai tivemos ainda direito a ver tal proeza.

Tu és quem adora que lhe cante e faça o "serra madeira". E quando chega á última parte, confias em mim e deixas que quase te deixe cair, para que no último instante te agarre e te encha de cócegas e beijinhos.

E é isso, Afonso. Podes confiar em mim cegamente para o resto da tua vida. Porque te amo tanto quanto uma tia pode amar um sobrinho. Mais ainda, até. Porque te respeito pela experiência que me deste antes do teu primo nascer. Porque me preparas-te para a árdua tarefa de ser mãe.

Amo-te, meu Afonsinho. Hoje e sempre. Parabéns pelo teu 1º ano de vida.