domingo, 3 de março de 2013

Ao que temos de chegar

Ontem tocaram á campainha. Eu estava ao telemóvel com a minha mãe, por isso foi lá o R..
Era um homem, nos seus 30, a perguntar se tínhamos alguma comida que lhe pudéssemos dar. A pedir por favor, que preferia andar de porta em porta a pedir que ir roubar para comer.

O R. deu-lhe um pacote de bolachas. Eu estava ao telemóvel e só soube disto quando desliguei, já o homem tinha ido embora. Senão tinha-lhe dado também um pacote de leite. O R. diz que ficou tão atrapalhado que nem se lembrou de tal coisa.

Fiquei o resto do dia com um nó no estômago. Ainda o tenho, a atordoar-me a fala. Imagino que aquele homem, provavelmente, tem filhos. Tem uma família. Imagino a coragem que é preciso para ir de porta em porta pedir comida. Enquanto lhe derem, tem o que comer. Mas quando houver dias em que não tem, em que se vê realmente aflito, qual é a solução? Terá este homem de roubar para se alimentar?

Ao que chegámos.... é triste. O medo de cair nesta situação faz-me esquecer a ideia de ficar em Portugal de vez...

4 comentários:

Angela disse...

E todos nós pudemos ficar nesta situação....é muito triste o que está a acontecer...

Andrea disse...

Ola katy, infelizmente o nosso país esta numa situação desasterosa , não existe ponta por onde se pegar. Foi por isso que eu tive de sair dele e emigrar para a Suiça, pois não tinha mais condicões para sobreviver em Portugal. Eu estou á 2 anos na Suiça e foi a melhor coisa que fiz, hoje ganho para pagar as minhas coisas e viver. Mas o mais importante de tudo é nunca desistir. Beijinhos **

Katy disse...

Isto tudo é tão triste.. eu também se não tivesse a França nem sei como sobrevivia!

Orquídea disse...

juro que me arrepiei toda ao ler tal coisa :( só de pensar que qualquer um de nós podemos chegar a esse ponto de um dia para o outro :'(